quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Acessibilidade atitudinal e inclusão


Acessibilidade atitudinal e inclusão
#PraCegoVer: imagem de uma roda de bonecos de papel de mãos dadas, feito através de dobradura e recorte. Na imagem, há uma roda composta por onze bonecos, todos com roupas coloridas, sendo que um deles é cadeirante e também está de mãos dadas e participando da roda.



Fonte: http://www.aconteceempetropolis.com.br/2015/06/19/centro-de-educacao-inclusiva-de-petropolis-oferecera-oficinas-de-danca-musica-artesanato-e-teatro/

Durante seis anos lecionei educação física escolar, mas nunca tive que pensar tanto em inclusão quanto no ano passado, quando lecionei  num Cieja – Centro integrado de educação de jovens e adultos, do bairro de Itaquera, da Prefeitura de São Paulo.
Até então habituada a dar aulas de educação física em escolas regulares, com material esportivo, em quadras poliesportivas, com turmas homogêneas de alunos entre 6 e 17 anos, me vi numa escola diferente.  Diferente em estrutura e diferente em público.
A estrutura para dar minhas aulas era somente um pequeno pátio. E os grupos de alunos não eram nem um pouco homogêneos, as idades eram diversas, de 15 a 80 anos de idade. Havia alunos com deficiência intelectual, diversos cadeirantes, alunos com síndrome de down e as mais diversas síndromes.
Até então eu não tinha qualquer experiência com alunos com deficiência ou pessoas com mobilidade reduzida.
Em cada dia em que eu estive lá, uma palavra rodeava meus pensamentos: Inclusão. Como incluir cada aluno, em cada aula, a cada dia, cada um com suas especificidades, cada um com suas necessidades. Como incluir? Como integrar?
E outras preocupações: os outros alunos irão rejeitar, irão aceitar, irão ajudar?
Confesso que não foi fácil. Mas felizmente aconteceu, fluiu.
A cada dia tive que descobrir, pensar, repensar, planejar e re-planejar cada momento. E não houve um único dia em que um aluno idoso ou deficiente ficou de lado, de fora, ou fazendo algo diferente dos demais. Todos fizeram juntos, num grupo, aulas de alongamento, dança, ginástica, etc. Sempre com muita alegria, muitos sorrisos e uma face de gratidão.
Acredito que a grande questão é que tudo aquilo era novo somente para mim. Mas para eles não. Já existia um trabalho anterior, por meses, pelo outros professores e por toda a equipe daquela escola. Os alunos já estavam integrados, já se aceitavam, já se respeitavam. Mas nem sempre é assim. E nem todos os ambientes são assim.
Existem vários tipos de acessibilidade. Há acessibilidade arquitetônica, acessibilidade comunicacional, acessibilidade metodológica, acessibilidade instrumental, acessibilidade programática, acessibilidade atitudinal. Neste texto vou procurar falar um pouco sobre a acessibilidade atitudinal.
São as atitudes preconceituosas e discriminadoras com as pessoas com deficiência. Quando presenciamos atitudes preconceituosas e não fazemos nada para modificar, apesar de não estarmos manifestando uma atitude discriminatória, de forma indireta estamos contribuindo para isso, pois conforme Oliveira (2009), “é um dever de todos zelar pelo devido cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência”. De acordo com esta autora, a pessoa com deficiência muitas vezes enfrenta “abismos como o da solidão, da rejeição, da indiferença e do desafeto, tanto por parte de sua família, como pela comunidade.”
            Essa barreira de atitude é muito difícil de transpor, visto que há muito preconceito e desinformação. Mas uma das formas de melhorar essa questão é realizarmos atividades de sensibilização na escola, de forma permanente, tanto para os alunos como para toda a equipe administrativa e professores. Isso favorecerá a convivência entre todos.
            Alguns exemplos bem reais de falta de acessibilidade atitudinal também fora do ambiente escolar é o comportamento de alguns indivíduos que impedem o acesso de outros a algum local. São carros estacionados na calçada, que além de impedirem a passagem de pedestres, também bloqueiam o piso tátil tão necessário aos deficientes visuais. Utilizar indevidamente vagas reservadas a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, obstruir as guias rebaixadas, desrespeito com idosos, são alguns dos exemplos de barreiras atitudinais que infelizmente, são muito comuns.
A Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, proclamada em 09 de dezembro de 1975, em seu artigo 3º, dispõe:
“as pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana. As pessoas deficientes qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar uma vida decente, tão normal e plena quanto possível”.
Este é o meu desejo e acredito que possa ser realidade, desde que cada um tenha a consciência de que cada pequena atitude e cada pequeno gesto tem a força e o poder de modificar a vida e o dia a dia dessas pessoas.

REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, Lilian Carla de. Acessibilidade é muito mais do que rebaixar calçadas. 05jun2009. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2009-jun-05/direito-acesso-deficientes-complexa-abaixar-calcadas. Acesso em: 23nov2016.
ONU – Organização das nações unidas. Declaração dos direitos das pessoas deficientes. 09dez1975. Artigo 3.º. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_def.pdf. Acesso em: 23nov2016.




sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Indicação de matéria SENAC RS - Educação especial

Educação especial: a nobre missão dos professores de tornar o ensino cada vez mais inclusivo

Colegas de curso, indico a vocês uma matéria publicada no portal G1 sobre Educação Especial.


Educação especial: a nobre missão dos professores de tornar o ensino cada vez mais inclusivo



terça-feira, 20 de setembro de 2016

A pessoa com deficiência na minha história de vida


Não consegui resgatar em minha memória momentos da minha infância relacionados a pessoa com deficiência.
Na adolescência, lembro somente de momentos em que eu estava dentro de um transporte público (onibus ou metrô) e via um cadeirante eu me sentia constrangida de ficar olhando para ele. Acredito que minha mãe me ensinou que eu não deveria ficar encarando a pessoa com deficiência, que devia desviar o olhar.
Já na vida adulta em uma das escolas públicas que lecionei educação física, lembro-me de uma aluna cadeirante do 5. ano que era privada de participar das aulas práticas na quadra, visto que para chegar lá tinha 4 lances de escada. Então, em todas as aulas em quadra a aluna ficava no pátio aos cuidados de alguma inspetora de alunos.
A memória mais recente que tenho é das aulas de dança do ventre que fiz onde havia uma garota com deficiência física, com encurtamento de uma das pernas e com paralisia parcial em um dos braços.
Essa aluna era super motivada, alegre, cheia de vida, encarava todos os desafios propostos em aula, apesar das limitações físicas. Ela se orgulhava de si mesma, não tinha vergonha de seu corpo. Participava das apresentações em teatro com toda a alegria.
A Tatiane ainda dança, acompanho pelo meu facebook. Conseguiu tirar sua habilitação para dirigir, encomendou um carro adaptado. Exemplo de determinação.

Um nome bem conhecido na área de dança do ventre quando se fala em inclusão é a dançarina e professora Isete Correa. Há vários vídeos dela no Youtube. Segue o link de um com entrevista e também um pouco de dança dela. 





Inclusão - dança do ventre




Quem sou eu

Olá a todos.

O objetivo deste blog é servir como um e-portfólio do Curso "IFSP para Tod@s", 1.ª Edição de 2016.
Este será meu espaço pessoal de aprendizagem, onde farei reflexões sobre os assuntos estudados, e compartilharei links de sites, blogs, reportagens e eventos relacionados ao tema de educação inclusiva.

Sou graduada em Educação Física e atuei por 6 anos como professora no Ensino Fundamental e Médio.
Estou concluindo especialização em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense.
Há 6 meses ingressei no IFSP, campus Hortolândia como Técnica em Assuntos Educacionais e atuo no Setor Sociopedagógico.